quarta-feira, 17 de junho de 2009






Jean-Claude Carrière: escritor e roteirista; Colaborador de diretores como Buñuel, Malle, Tati e Babenco, Carrière fala de direitos autorais e vê futuro com pessimismo.
"OESP - 17/06/2009"

O autor só é livre para criar se ganha dinheiro por seu trabalho. Senão, ele depende de um poder financeiro ou político, ao qual tem de prestar contas. Isso é o mais temível. Estamos indo em direção ao vazio. No limite, não haverá mais nada de atual a compartilhar. Só filmes antigos. A solução que aventamos era a licença global, com assinaturas, em que a sociedade dos autores distribuiria o dinheiro entre os artistas. Mas a repartição é tecnicamente impossível. A criação pode desaparecer. Há exemplos. O cinema italiano era o melhor do mundo e sumiu em dois anos, porque deixaram a televisão fazer o que quisesse. Fala-se em acesso à cultura, mas não haverá mais cultura.

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